Documentos em exposição

 

Vitrine 1

 

TOMBO DO MOSTEIRO DE SÃO BENTO DE AVÉ-MARIA

PT/ADPRT/MON/CVSBAMPRT/0177

Fundado por iniciativa de D. Manuel I no local denominado das Hortas do Bispo ou da Cividade, o Convento ou Mosteiro de São Bento de Avé-Maria foi um edifício, demolido no final do século XIX, que albergou monjas beneditinas. Localizava-se na esquina da Praça de Almeida Garrett e da rua do Loureiro, no mesmo local onde atualmente se situa a Estação Ferroviária de Porto-São Bento, construída no início do século XX.

 


ESCRITURA DE COMPRA E VENDA EM QUE SÃO INTERVENIENTES APENAS MULHERES

PT/ADPRT/NOT/CNVCD14/001/0028/00016 (fl. 34-36)

Venda, datada de 27 de março de 1615, de uma leira de um campo sito no termo da Póvoa de Varzim, pelo preço de 2500 reais, feita por Damiana Fernandes, viúva de João Dias, calafate, moradora em Vila do conde, e 3 outras mulheres, moradoras na Póvoa de Varzim, a Catarina de Faria, viúva de João Calvo, moradora na Póvoa de Varzim.

  

 


TRANSCRIÇÃO DO TESTAMENTO E INSTITUIÇÃO DE CAPELA, DE D. BEATRIZ DE MENESES, CONDESSA DE MARIALVA E LOULÉ

PT/ADPRT/MON/CVMDMPRT/008/0011

Beatriz de Meneses foi filha única de Henrique de Meneses, um dos grandes dignitários da Corte de D. Afonso V, que, por acordo feito com a Coroa, conseguiu assegurar que a sua Casa passasse para sua filha na falta de varão. D. Beatriz, que veio a ser 2.ª Condessa de Loulé, na sucessão de seu pai, e condessa consorte de Marialva, por casamento com Francisco Coutinho, 4.º Conde de Marialva, também teve uma única filha. À semelhança da mãe, também D. Guiomar Coutinho pôde herdar o património dos seus pais, por carta de D. Manuel I, de 18 de junho de 1504, tornando-se assim na 3.ª condessa de Loulé e 5.ª condessa de Marialva.

 

 


REGISTOS DE ENTRADAS DO MOSTEIRO DE SANTA CLARA DO PORTO

PT/ADPRT/MON/CVSCPRT/0087

Contém registos das " Entradas tanto das Religiosas como das Seculares que entram para o Convento com licença canónica e régia...". Os registos incluem a entrada de religiosas do convento que, por diversos motivos se ausentaram, e novas entradas. Referem o dia e a hora da entrada e, no caso das novas entradas, o nome dos pais e a naturalidade.

O primeiro registo é de uma entrada de 1808 e o último de 1899.

 


LIVRO COM RITUAL PARA LANÇAR O HÁBITO ÀS NOVIÇAS

PT/ADPRT/MON/CVMDMPRT/005/0043

O modo de lançar o hábito às noviças era um cerimonial que se revestia de um conjunto de formalidades e requisitos. Este livro pertence ao fundo do Convento da Madre de Deus de Monchique – Porto e as suas religiosas eram observantes da Regra de Santa Clara.

 

Vitrine 2

 

AS AMAS DA CASA DA RODA DO PORTO

PT/ADPRT/ACD/CRPRT/AE/005/0389

Este é o livro 1.º das entradas e termos das amas da Casa da Roda do Porto.

Estes registos referem as circunstâncias de contratação e de expulsão/saída de funções das amas contratadas.

O registo em exposição está datado de 28 de outubro de 1770. A ama mencionada foi expulsa de funções em 19 de maio de 1772 porque “se ocupava na cozinha / em fazer guisados para seu / marido, e não contente com / lhe falar todas as noites / da Roda em toda a ocazi-/ ão que sahia fora ela a es- / perava, e se demoravão largo tempo a conversar / em prejuízo das criansas sen-/do muitas vezes advertida”.

 

 


FOTOGRAFIAS QUE REPRESENTAM MULHERES A TRANSPORTAR CARQUEJA E RESULTADOS DO INQUÉRITO SOBRE CARQUEJEIRAS

PT/ADPRT/ASS/LPPS/DIR/013-026/0487 (processo) | PT/ADPRT/ASS/LPPS/DIR/013-026/0677 (fotografias)

O relatório do inquérito às carquejeiras e carquejeiros foi produzido pela Delegação de Saúde do Distrito do Porto. O processo inclui fichas de questionário individual.

Esta documentação pertence ao fundo da LPPS (Liga Portuguesa da Profilaxia Social).

 

 


LIVRO DE REGISTO INDUSTRIAL DE MULHERES E MENORES

PT/ADPRT/EMP/JA-03/010/0016

Livro relativo ao ano de 1907, que servia para o registo do trabalho dos menores e das mulheres, efetuado em modelo próprio (modelo 701, da Imprensa Nacional) por imposição legal (Decretos de 1891-04-14 e 1893-03-16), do Ministério de Obras Publicas, Comércio e Indústria, Repartição da Indústria/ Serviço de Inspeção do Trabalho dos Menores e das Mulheres nos Estabelecimentos Industriais.

 


 CARTA, E RESPETIVA TRANSCRIÇÃO DATILOGRAFADA, DE UMA BALCONISTA A DENUNCIAR TRATAMENTO DISCRIMINATÓRIO E A SOLICITAR A AÇÃO DA LIGA PARA APOIAR O SEU DIREITO DE CASAR

PT/ADPRT/ASS/LPPS/DIR/013-025/0537

Um dos muitos pedidos dirigidos à LPPS, enquadrados na campanha que promoveu em favor do levantamento da proibição de casar, que impendia sobre as funcionárias de diversas empresas privadas e organismos públicos.

 

Vitrine 3

RECORTES DE IMPRENSA RELATIVOS À LUTA DAS ENFERMEIRAS PELO DIREITO DE CASAR

PT/ADPRT/ASS/LPPS/DIR/013-025/0536

Faz parte do processo constituído por uma coleção de recortes extraídos de diversos jornais sobre o tema do levantamento da interdição de casamento, imposta às enfermeiras.

 

 


ANÚNCIO PUBLICADO NO JORNAL DE SANTO TIRSO RELATIVO A PROCESSO DE INTERDIÇÃO DA ESPOSA

PT/ADPRT/JUD/TCSTS/075/01756 (1884)

Inserido na série judicial de “Interdições e inabilitações”, trata-se de um processo de 1884, em que o marido declara a mulher como incapaz, condicionando-lhe os direitos sobre o património.

 

 


AÇÃO DE SEVÍCIAS DO JUÍZO DE DIREITO DE FELGUEIRAS

PT/ADPRT/JUD/TCFLG/125/00744

Processo Judicial, datado de 17 de junho de 1872, interposto por Leonor Rosa de Guimarães a seu marido por maus tratos e infidelidade. Contextualiza-se num conjunto de processos especiais, através dos quais se induz que a separação judicial de pessoas e bens não dissolve o vínculo conjugal, mas extingue os deveres de coabitação e assistência, sem prejuízo do direito de alimentos e realiza a separação tal como se houvesse a dissolução do casamento.

 

 


A CARTA DE CHAMADA DA MÃE DE CÁRMEN MIRANDA

PT/ADPRT/AC/GCPRT/J-E/099/0225 - Processo n.º 7

Cármen Miranda, nascida Maria do Carmo Miranda, foi levada para o Brasil, no ano a seguir ao seu nascimento, e mantém-se ainda hoje como um ícone e um símbolo internacional do Brasil e da Língua Portuguesa no exterior.

O processo de passaporte de sua mãe, Maria Emília Miranda, inclui informação sobre a família e uma carta de chamada enviada pelo pai, que já estava no Brasil.

Para as mulheres, as CARTAS DE CHAMADA eram documentos de autorização obrigatórios, podendo ser encontradas em muitos processos de passaporte.

Repletas de uma riqueza patrimonial e cultural, elas expressam, na 1.ª pessoa, a realidade da época, a vivência do quotidiano e todo um conjunto de hábitos e costumes que fazem delas excelentes fontes de informação.

 

 

Vitrine 4

 

AS MULHERES REPRESENTADAS NAS ARTES DE PALCO

PT/ADPRT/COL/CDAC/005/001/00603 (ENTRE AS MULHERES: PEÇA FANTÁSTICA EM 3 ACTOS E 6 QUADROS)

PT/ADPRT/COL/CDAC/005/001/00081 (JOGO, VINHO E MULHERES: PEÇA FANTÁSTICA)

As peças representam bem a forma como era vista e analisada a mulher e o seu papel na sociedade.

Na peça “ ENTRE AS MULHERES”, representada no Teatro Carlos Alberto no Porto, entre finais do séc. XIX e inícios do séc. XX, as mulheres aparecem inclusivamente tipificadas e caricaturadas, de acordo com o país de onde eram originárias.

 


HOMENAGENS ÀS ARTISTAS E ÁLBUM COM FOTOGRAFIAS DE ATRIZES

PT/ADPRT/COL/CDAC/018/025/1482 (Álbum de Fotografias e Postais)

PT/ADPRT/COL/CDAC/014/019/01447 (Homenagem a Palmira Bastos)

Em 1780, D. Maria I vetou por decreto a participação de mulheres no teatro. Tal veto não impediu, contudo, a presença feminina em palco, mas é sobretudo no decurso da suspensão do veto, que a presença das atrizes se tornou mais constante. Algumas artistas, como Palmira Bastos, Cacilda Ortigão ou Lucinda Simões, conseguiram atingir um reconhecimento popular nacional e internacional.

As várias homenagens feitas a estas artistas femininas evidenciam bem a popularidade e a própria aceitação social de algumas destas mulheres, não descurando os seus papéis tradicionais também.

 

 


"MÁ LINGUA" NA RIBEIRA, PELA FRESQUINHA

PT/ADPRT/EMP/NP/0014/00316

Fotografia retratando mulheres a conversar na Ribeira do Porto. Pertence ao fundo do Norte Popular, Jornal regionalista de cariz popular, datado dos anos 70-80, do século XX, cujo arquivo foi doado pela Universidade Popular do Porto.

 

 

Vitrine 5

 

AURORA TEIXEIRA DE CASTRO, A PRIMEIRA NOTÁRIA DE PORTUGAL

PT/ADPRT/NOT/CNVLG/001/0342

Foi advogada, autora, tradutora e ativista pelos direitos da mulher, sendo reconhecida como a primeira notária a exercer em Portugal e na Europa e a segunda a exercer advocacia no país, após Regina Quintanilha. No distrito do Porto, foi notária no Cartório Notarial de Penafiel e Valongo, mas iniciou a sua carreira como notária pública na Rua de Alcântara em Lisboa, tendo celebrado a sua primeira escritura em 16 de agosto de 1921 (Torre do Tombo).

Foi também vice-presidente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, sendo de enaltecer a sua determinação quer na defesa dos direitos das mulheres na sociedade portuguesa quer no direito ao exercício da profissão de notária.

 

 


REGISTO DE LEOPOLDINA FERREIRA PAULO, A 1.ª MULHER DOUTORADA PELA UNIVERSIDADE DO PORTO

PT/ADPRT/PRQ/PPRT15/001/0071 (assento 76, fl. 58v)

Leopoldina Ferreira Paulo foi uma antropóloga portuguesa e foi a 1.ª Mulher doutorada da Universidade do Porto (1945). Nasceu na freguesia da Vitória a 12 de janeiro de 1908.

A partir de 1954, dirigiu o Centro Universitário Feminino da Mocidade Portuguesa.

De referir que a Mocidade Portuguesa Feminina (MPF) nasceu em 1937 com o objetivo de criar a nova mulher portuguesa: boa esposa, boa mãe, boa doméstica, boa cristã, boa cidadã sempre pronta a contribuir para o Bem comum, mas sempre longe da intervenção política deixada aos homens.

A primeira mulher doutorada pela Universidade do Porto foi também a cara do primeiro retrato de uma mulher no Salão Nobre da Universidade do Porto, em 2019.

 

 


CARTA E FOTOGRAFIA DE VIRGÍNIA MOURA

PT/ADPRT/EMP/NP/0014/00278 (fotografia) | PT/ADPRT/ASS/LPPS/DIR/013-018/0580 (carta)

Virgínia Faria de Moura foi a segunda engenheira civil que se formou em Portugal, mas tornou-se sobretudo conhecida por ser uma ativista política resistente ao Estado Novo.

A carta, assinada pela própria, denuncia as condições desumanas em que se encontrava o seu marido na prisão. Foi dirigida à Liga Portuguesa de Profilaxia Social, na tentativa de envolver esta associação nacional, sedeada no Porto, na luta pelos direitos dos presos políticos.

A fotografia, com Virgínia Moura ao centro, foi tirada no dia 25 de abril de 1974 e pertence ao fundo do Jornal Norte Popular.

O poeta Teixeira de Pascoais chamou-lhe «uma grande força da Natureza» e Ferreira de Castro considerou-a «uma das mais corajosas mulheres de Portugal».

 

 

 

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